Pesquisar este blog

sábado, 28 de janeiro de 2012

A Verdadeira História do Natal

Por Sha'ul Bentsion - www.torahviva.org

 Antes de adentrar qualquer estudo sobre a prática do Natal, é importante recordar as Escrituras, que afirmam:
“Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte”. (Mishlei/Provérbios 14:12)
O texto bíblico é bem claro e importante. Muitos evocam um sentimento ou percepção de que o Natal seja algo positivo, para poderem defendê-lo. Mas, será que isso se sustenta à luz das Escrituras?
Estará você, caro leitor, aberto para investigar essa prática? Está você disposto a seguir ao Eterno e às Escrituras independentemente do preço que isso venha a te comprar do ponto de vista social?
No artigo anterior, foi demonstrado como o mito de Nimrod, Tamuz e Semíramis, tão popularmente evocado e perpetuado, não tem nenhuma base, nem pode a ele ser atribuída a origem desta prática. Neste artigo, porém, será demonstrada a verdadeira origem do Natal, com bases históricas sólidas e inconfundíveis.

II - Elementos do Sincretismo

Até o quarto século, não existia nenhum registro sobre a observância do nascimento de Yeshua enquanto festividade entre os seus seguidores, mesmo das mais variadas vertentes teológicas.
Sobre isso, o teólogo cristão James A. Fowler admite:
“Existe pouca evidência da celebração da natividade ou da encarnação antes do quarto século DC. Irineu (c. 130-200 DC) e Tertuliano (c. 170-220 DC) ambos omitem qualquer referência à celebração do nascimento de Cristo de suas listas de festas cristãs. [sic]” (Christmas Considered Celebrationally)
O Natal, em sua origem, é um fruto do sincretismo de três vertentes religiosas: A mitologia greco-romana, o culto persa a Mitra, e o nascente Cristianismo Romano.
Na prática atual, pode-se acrescer ainda uma quarta vertente religiosa: O culto nórdico a Odin.
Abaixo, será feita uma análise de todos esses elementos, em sua ordem cronológica:

III - Primeiro Elemento: A Saturnália

Tudo tem início na festa da Saturnália. Tratava-se de uma antiga festividade romana que teve origem no século 5 AC, em honra à dedicação do Templo do deus Saturno (ou Cronos, no grego). Era uma festividade de uma semana, que culminava no solstício de inverno.
O historiador James Grout assim detalha a festividade:
“A Saturnália era o feriado mais popular do ano romano. Catulus a descreve como “os melhores dos dias” e Seneca reclama que “toda a multidão se solta aos prazeres” (Epístolas XVIII.3) Plínio o Jovem escreve que ele se confinava ao seu quarto enquanto o restante da casa celebrava (Epístolas II.17.24). Era uma ocasião de celebração, visita aos amigos, e a apresentação de presentes, especialmente velas de cera (cerei), provavelmente para significar o retorno da luz após o solstício, e sigillaria”. (Saturnalia, Encyclopaedia Romana)
De fato, é isso que se encontra nas fontes históricas acerca dessa festividade. O escritor Lucian de Samosata no século 2 DC narra um diálogo entre Saturno e um de seus sacerdotes. Tal diálogo serve como referência do que representava a festividade.
“Saturno:… A minha semana é barrada; nenhum negócio é permitido. Bebe-se e fica-se bêbado, barulho e jogos e dados, e apontamento de reis e banquetes de escravos, o aplaudir de mãos trêmulas, um ocasional mergulho de faces arrolhadas na água gélida; tais são as funções sobre as quais eu presido. Mas grandes coisas, fortuna e o ouro e tais, Zeus distribui conforme sua vontade.
Sacerdote:… Diga-se isto agora: já que és uma deidade delicada, por que escolheu o pior tempo, quando tudo está coberto em neve, e o vento norte sopra, tudo está duramente congelado, árvores secas e nuas e os campos perderam sua beleza florida, e os homens se encolhem covardemente sobre o fogo como tantos octagenários - por que esta temporada de todas as outras para o seu festival? Não é o tempo para os idosos ou os luxuriosos.
Saturno: Amigo, suas perguntas são muitas, e não são bom substituto para as taças fluindo. Você roubou uma boa porção do meu carnaval com suas filosofias impertinentes. Que eles vão agora, e nos alegraremos e aplaudiremos com nossas mãos e tomaremos nossa licença de carnaval, jogando damas com nozes no estilo antigos, elegendo nossos reis e sendo fiéis a eles”. (Lucian, Saturnalia)

III.1) O Solstício de Inverno
O solstício de inverno era um momento importante para povos que já haviam desenvolvido algum tipo de conhecimento astronômico - que geralmente vinha acompanhado de alguma crença astrológica.
A trajetória cíclica do sol observável a partir da terra se caracteriza por períodos em que o dia se torna mais longo, o que dá origem às estações mais quentes, e outros em que o dia se torna mais curto, o que dá origem às estações mais frias.
O solstício de inverno é justamente o momento em que as noites deixam de se tornar mais longas, e começam a encurtar novamente. É portanto para muitas culturas marcado como o retorno da divindade solar, que volta a marcar presença após um período de maior afastamento.
Pode-se observar, além do frio, que esse era um momento de grande festividade, bebedeira, e geralmente acompanhado das famosas orgias romanas.
O poeta romano Catulus, do século 1 DC, citado por Grout, assim escreve:
“Se não te amasse mais que meus ólhos, ó mais prazeiroso Calvus, eu te odiaria com ódio vitiniano por causa daquele seu presente… grandes deuses acima, aquele horrível e maldito pequeno livro! Certamente tu o enviaste ao teu Catullus, para que ele pudesse morrer, novamente e novamente, naquele dia, também durante a Saturnália, os melhores dos dias!” (Gaius Valerius Catulus, Carmen 14)
Observa-se que Catulus comenta de forma satírica o presente recebido de seu amante Calvus na ocasião do poema supracitado. A Saturnália era, portanto, uma época em que se presenteava as pessoas próximas.

III.2) Costumes Agrícolas
Outro costume importante da Saturnália era o uso de ramos verdejantes, e louros, pois Saturno era também uma divindade agrícola. O uso de elementos verdes dizia respeito ao reconhecimento de que o sol era fundamental para a agricultura, e o solstício marcaria o momento do retorno da luz solar:
“Os romanos antigos marcavam o solsticio com uma festa chamada Saturnália, em honra a Saturno, o deus da agricultura. Os romanos sabiam que o solstício significava que brevemente fazendas e pomares estariam verdes e frutíferos. Para marcar a ocasião, eles decoravam suas casas e templos com ramos sempre-verdes como símbolo da vida eterna”. (History of Christmas Trees, The History Channel)

IV - Segundo Elemento: O Mitraísmo e o Natal do Sol Invicto

A partir do século 1 DC, a Saturnália passou a ganhar mais uma conotação, fruto de um importante sincretismo religioso originário da Pérsia: o culto a Mitra, uma divindade solar persa.

IV.1) A Origem do Mitraísmo em Roma
Sobre essa religião, e o seu alastramento pelo império romano, a Enciclopédia Católica afirma:
“Uma religião pagã consistindo principalmente do culto do antigo deus-sol indo-iraniano Mitra. Ela adentrou a Europa pela Ásia Menor, após a conquista de Alexandre, e se alastrou rapidamente por todo o Império Romano no princípio de nossa era, tendo atingido o seu ápice durante o terceiro século, e tendo desaparecido sob as regulações repressoras de Teodósio...
O Mitraísmo era enfaticamente uma religião de soldado: Mitra, o seu herói, era especialmente uma divindade de fidelidade, virilidade, e bravura; a ênfase que ela colocava no bom companheirismo e irmandade, sua exclusão das mulheres, e o laço secreto entre os seus membros sugeriam a ideia de que o Mitraísmo era Maçonaria entre os soldados romanos. Ao mesmo tempo os escravos e comerciantes estrangeiros do Leste mantinham a sua propaganda nas cidades. Quando magos, vindos do rei Tiriadates da Armênia, adoraram Nero como emanação de Mitra, o imperador desejou ser iniciado em seus mistérios. A medida que o Mitraísmo era aprovado como culto, começou a compartilhar o reconhecimento oficial de que a adoração fírgia gozava em Roma. O imperador Comodo foi publicamente iniciado. Seu maior devoto, contudo, era o filho imperial de uma sacerdotiza do deus-sol em Sirmium na Panonia, Valeriano, que segundo o testemunho de Flavio Vopisco, nunca esqueceu da caverna onde sua mãe o iniciou. Em roma, ele estabeleceu uma faculdade de sacerdotes do sol e sua moeda traz a legenda 'Sol, Dominus Imperii Romani.' [N. do T.: Sol, Senhor do Império Romano]… O [dia] 25 de Dezembro era observado como seu aniversário, o Natalis Invicti, o renascimento do sol do inverno, inconquistado pelo rigor da estação”. (Mithraism, Catholic Encyclopedia).

IV.2) O Natal do Sol Invicto
À semelhança da Saturnália, Mitra também possuía uma celebração importante que ocorria na ocasião do solstício de inverno.
Por ser uma divindade solar, a ideia do sol se fortalecendo a partir do solstício era comemorada como o aniversário de Mitra, pois marcava o fato de que as trevas não haviam sido capazes de vencer o “sol invicto”.
Gradativamente, portanto, os costumes da antiga Saturnália se fundiram com as celebrações do Mitraísmo em sua data mais importante, o Natalis Invicti Solis, em outras palavras: o Natal do Sol Invicto.
A data preservou os costumes da Saturnália, de ser cercada por muitas festividades, luzes, orgias e troca de presentes. E, com a declaração de Mitra como o Senhor do Império Romano (Dominus Imperii Romani), o 25 de dezembro rapidamente se tornou a data mais importante do calendário romano.

V - Terceiro Elemento: O Sincretismo com o Cristianismo Romano

Em sendo a religião mais importante do império romano, era apenas questão de tempo para que surgisse um sincretismo entre tal fé e o nascente Cristianismo Romano.
Sobre isso, o historiador cristão Charles Henry Robinson escreve:
“A segunda religião com a qual os primeiros missionários cristãos tomaram contato frequente foi a da adoração ao sol mitraico, que foi introduzida na Europa da Pérsia, e que começou a se espalhar no Oeste um pouco depois da adoração a Ísis. Em meados do terceiro século, havia feito tanto progresso que parecia possível que fosse desbancar o Cristianismo e se tornar a religião de todo o Império Romano”. (The Conversion of Europe)
Já no século 2 DC, era tão visível o sincretismo religioso que até mesmo Tertuliano, responsável pela incorporação de conceitos gregos à nascente fé cristã romana, chega a condenar a questão veementemente, afirmando:
“Mas para nós, a quem os Shabatot são estranhos, assim como o rosh chodesh e as festas amadas pelo Eterno, a Saturnália, os festivais de Ano Novo e meio do inverno e a Matronália são frequentados… 'que as suas obras brilhem,' disse Ele. Mas agora todas as nossas oficinas e portões brilham! Tu hoje encontrarás mais portas de pagãos sem lâmpadas e coroas de louros do que cristãos… Então, dirás: 'as lâmpadas perante minhas portas, e os louros em meus portões são para honrar o Eterno? Elas, obviamente, não estão lá para honrarem ao Eterno, mas àquele que é honrado no lugar do Eterno por cerimônias religiosas dessa natureza… Portanto, que aqueles que não têm luz acendam suas lâmpadas diariamente”. (Tertuliano, Sobre a Idolatria, caps. 14 e 15)
Aqui observa-se que já no século 2 DC muitos cristãos romanos já haviam incorporado os costumes da Saturnália, pendurando velas e enfeites de ramos e louros em suas portas - costumes esses que visavam sorte e proteção.
Para justificar o costume, alguns cristãos romanos afirmavam que Yeshua teria morrido e sido concebido na mesma época. Como o Pessach é uma festividade que ocorre próxima ao equinócio de primavera, o cálculo de nove meses levaria Yeshua a ter nascido próximo à data do solstício de inverno.
Não existe, todavia, nenhum indício de que Yeshua teria nascido próximo à época de Pessach. Nem bíblico, nem extra-bíblico.
Pelo contrário, os indícios internos da Bíblia indicam que Yeshua teria nascido por volta da época de setembro/outubro, quando da ocasião do sétimo mês bíblico. Para maiores informações sobre isso, vide o nosso vídeo “O Nascimento”, da série “Conhecendo o Messias”.
Fato é que a ideia surgiu para justificar o já crescente sincretismo religioso com o Natal do Sol Invicto (Natalis Invicti Solis), e com os tão populares costumes da Saturnália.

VI - A Cartada de Constantino

 Por volta do século 4 DC, o imperador romano Constantino I, um adorador do deus-sol supostamente ‘convertido’, vislumbrou a possibilidade de unificação do império, criando uma religião sincrética que combinava todos esses elementos:
“O mundo estava plenamente maduro para o monoteísmo ou sua forma modificada, o henoteísmo, mas o monoteísmo se apresentava em diversas vertentes, sob as formas de várias religiões orientais: a adoração do sol, na veneração de Mitra, no Judaísmo e no Cristianismo… Não apenas os gnósticos e outros hereges, mas os cristãos que se consideravam fiéis, guardavam em grande medida a adoração ao sol. Leo o Grande, em seus dias, diz que era o costume de muitos cristãos ficarem de pé nos degraus da igreja de São Pedro e venerarem o sol por meio de referências e orações… Quando tais condições prevaleciam, é fácil entender que muitos imperadores cederam à ilusão de que poderiam unir todos seus súditos na adoração de um deus-sol que combinava em si mesmo o deus-pai dos cristãos e o muito-adorado Mitra; assim o império poderia ser refundado na unidade de uma religião. Até mesmo Constantino, como será demonstrado adiante, por um tempo estimou essa crença equivocada”. (Constantine, Catholic Encyclopedia)
Foi justamente à época de Constantino que as celebrações do Natal do Sol Invicto (Natalis Invicti Solis) foram oficializadas como sendo o aniversário do Cristo Romano - não o Messias bíblico, mas essa figura originária do sincretismo supracitado.
Sobre isso, o historiador J. B. Bury escreve:
“A data da Natividade foi afixada para coincidir com o aniversário de Mitra (Natalis Invicti, 25 de Dezembro), cuja religião tinha muitas afinidades com a cristã. Este processo não foi o resultado, em primeira instância, de uma política deliberada. Foi um desenvolvimento natural, pois o Cristianismo não podia escapar da influência das ideias que eram correntes em seu ambiente. Mas foi promovida por homens iluminados e condutores na Igreja...
O cálculo dos cristãos do nascimento de Jesus em 25 de Dezembro criou uma oportunidade conveniente para Constantino substituir e transferir a celebração do sol invicto ou Natalis Invicti para Nativitas Domini, a celebração do nascimento do Senhor. A transferência de imagens pôde inclusive ser feita enfatizando Jesus como a vitória da luz conquistando as trevas do mal. O sol novus (novo sol) foi facilmente convertido em uma celebração do 'sol da justiça.' A medida que a Festa do Sol tornou-se a Festa do Filho, os líderes da igreja enfatizaram que naturalismo do culto solar estava sendo substituído pela celebração do supernaturalismo do Eterno enviando Seu Filho, Jesus”. (History of the Later Roman Empire, Volume 1, pg. 373)
Como se pode perceber, o Natal não tem qualquer origem nas Escrituras, nem tampouco se origina do nascimento de Yeshua, mas sim de uma celebração pagã, incialmente dedicada a Saturno e posteriormente ao deus-sol Mitra.

VII - Quarto Elemento: O Yule de Odin

Posteriormente, com a propagação do Cristianismo Romano, outros costumes de outros povos associados ao inverno, e ao solstício, acabaram por também serem incorporados ao Natal do Sol Invicto (Natalis Invicti Solis).
Os costumes mais comuns posteriormente incorporados durante a Idade Média são os do chamado Yule, dos povos saxões. Até hoje, em algumas culturas, a expressão “Dia do Yule” ainda é utilizada como sinônima ao Natal.
Diversos costumes do Yule foram absorvidos pelo Natal. Alguns desses costumes encontram origem no mesmo império romano, outros são de origem específica dos povos saxões. Desses últimos, os mais proeminentes se referem à cantata e à refeição festiva, em que se comia um porco na noite de solstício, e algumas tradições referentes a Papai Noel.

VII.1) O Porco e as Cantatas
Dois textos nórdicos do século 13 DC falam sobre os costumes envolvendo a noite do solstício de inverno:
“E eles sacrificavam um porco selvagem ou sonarblót. Na véspera de Yule o porco selvagem-sonar era conduzido ao salão perante o rei; as pessoas então colocavam as mãos em seus pelos e faziam votos”. (Hervarar saga ok Heiðreks)
“Naquela noite os grandes votos eram tomados; o porco selvagem sagrado era trazido para dentro, os homens punham suas mãos nele, e faziam votos quando o rei brindava”. (Helgakviða Hjörvarðssonar)
Em paralelo a essa prática, os saxões tinham também o hábito de proferirem bênçãos de boa saúde aos presentes através de um ato chamado wassail, que vem do nórdico “wes hail”, que significa “em boa saúde”.
Não à toa o wassailing era parte importante das comemorações, pois o Yule era fundamentalmente um ritual que visava a fertilidade.
Os cânticos eram proferidos não apenas sobre os presentes, mas também sobre a colheita, como forma de abençoá-la durante o solstício, para que crescesse abundante.
Algumas antigas cantigas inglesas ainda preservam essa tradição, como uma popular canção que diz:
“Que todo homem remova seu chapéu e brade para a antiga macieira. Antiga macieira, nós te proferimos wassail, e esperamos que tu frutifiques”.
Esse hábito saxão se perpetuou no Natal por influência inglesa e, posteriormente, norte-americana. Desde então, as cantatas de Natal se tornaram elemento fundamental na noite do solstício, bem como a tradição do presunto ou tender de Natal, que remete ao sacrifício pagão do porco.

VII.2) Papai Noel, Odin e São Nicolau
A figura de Papai Noel também tem origem na mitologia nórdica.
O texto Edda, também do século 13, descreve Odin como um cavaleiro, da seguinte forma:
“Os seguintes são os nomes dos cavalos dos deuses: Sleipner é o melhor; ele pertence a Odin, e tem oito patas. O segundo é Glad, o terceiro Gyller, o quarto Gler, o quinto Skeidbrimer, o sexto Silfertop, o sétimo Siner, o oitavo Gisl, o novo Falhofner, o décimo Gulltop, o décimo-primeiro Letfet. O cavalo de Balder foi queimado com ele”. (Edda)
Sleipner, cavalo de Odin, podia atravessar grandes distâncias. Os cavalos dos deuses são a origem para a mitologia das renas de Papai Noel.
Além disso, os textos nórdicos Alvíssmál, Gylfaginning, Grímnismál, Nafnaþulur, e Óðins nöfn descrevem Odin como um homem de longa barba. Este último ainda descreve Odin como sendo a figura central do Yule.
Essa figura foi sincretizada com outra importante na tradição católica: a de São Nicolau, cuja morte ocorrera próxima à época do Natal. Assim a Enciclopédia Católica o descreve:
“Bispo de Mira, em Licia; morreu em 6 de dezembro, 345 ou 352. Apesar de ser um dos mais populares santos nas igrejas grega e latina, não há praticamente nada historicamente certo sobre ele, exceto pelo fato dele ser Bispo de Mira no século quarto… Os numerosos milagres que se diz que São Nicolau operou, tanto antes quanto depois da sua morte, são acréscimos de uma longa tradição… nos Estados Unidos e em alguns outros países São Nicolau ficou identificado com Papai Noel, que distribui presentes para as crianças na véspera de Natal. Seus restos ainda são preservadas na igreja de San Nicola, em Bari; até o presente uma substância oleosa, conhecida como Manna di S. Nicola, que é altamente estimada por seu poder medicinal, é dita fluir deles”. (St. Nicholas of Myra, Catholic Encyclopedia)
Em outras palavras, a figura do Papai Noel deriva do sincretismo entre o culto pagão a Odin e a prática mística católica de culto aos mortos, dando origem a um personagem mítico utilizado numa data pagã para contar mentiras a crianças.

VIII - Resumo Histórico
Abaixo, um resumo do que é o Natal:
  •  Essencialmente trata-se da festa da Saturnália, celebração ao deus Saturno ocorrida por volta do solstício de inverno, que era comemorada com orgias, trocas de presente, banquetes e bebedeiras. Dentre seus elementos destacam-se as luzes e velas, para simbolizar o retorno da luz solar, e ramos verdes, para simbolizar o retorno da fertilidade agrícola.
  •  A partir do século 1, a Saturnália passa a incorporar também o simbolismo do Natalis Invicti Solis, o Natal do Sol Invicto, data comemorada pelo Mitraísmo em honra ao suposto aniversário do deus-sol Mitra, uma divindade cujo culto se alastrou por Roma a partir da Pérsia.
  •  O nascente Cristianismo Romano incorporou as práticas da Saturnália e do Natal do Sol Invicto (Natalis Invicti Solis), tão comuns no império. Posteriormente, Constantino e os bispos romanos popularizaram a festa, que veio a se tornar oficialmente a data de comemoração do aniversário do Jesus romano, sem qualquer conexão com a data histórica do nascimento de Yeshua.
  •  Posteriormente, na Idade Média, outros costumes pagãos foram sendo incorporados, especialmente dos cultos nórdicos a Odin e da tradição do Yule, tais como o porco, as cantatas e a refeição solene, além da figura de Papai Noel, que nasce do sincretismo de Odin com o culto católico ao falecido bispo Nicolau de Mira.

IX - Conclusão

A data do Natal foi escolhida e determinada pela autoridade papal, em um gesto de sincretismo religioso e afronta às Escrituras. Desde então, tem sido seguida pela maior parte do Cristianismo, num claro sinal de submissão ao papado.
Mesmo diante de tantos elementos malignos e de origem pagã, alguns acreditam que não há nenhum mal em celebrar o Natal, visto que atualmente é uma data utilizada para celebrar o nascimento do Messias.
Porém, as Escrituras são muito claras ao proibirem esse tipo de coisa:

“Quando entrares na terra que YHWH teu Elohim te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações”. (Devarim/Deuteronômio 18:9)
“Assim diz YHWH: Não aprendais o caminho dos gentios, nem vos espanteis dos sinais dos céus; porque com eles se atemorizam as nações. Porque os costumes dos povos são vaidade..”. (Yirmiyahu/Jeremias 10:2-3)
“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre o Mashiach e Satan? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o Santuário de Elohim com os ídolos? Porque vós sois o Santuário do Elohim Chayim, como Elohim disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Elohim e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz YHWH; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei;” (Curintayah Beit/2 Coríntios 6:14-17)


Em diversas passagens, as Escrituras condenam os filhos de Israel por terem misturado elementos do culto aos deuses locais com a adoração ao Eterno. Pergunte a si mesmo, caro leitor: Teria o Eterno mudado de ideia quanto à importância da pureza no serviço a Ele?
Nenhum seguidor de Yeshua deve tomar parte em algo que mistura doutrina e prática de demônios com a fé bíblica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...