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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Estudo da palavra - Hebraico antigo com a palavra "irmão"

Série de ensinos da Palavra

O hebraico antigo é uma língua fascinante e bastante reveladora. Nele se encontra um verdadeiro oásis riquíssimo de informações e conceitos semitas de mais de 4 mil anos. Junte-se a nós nesta jornada às origens do povo de Israel e da sua cultura.


por shaulbentsion
Neste episódio aprenderemos sobre a palavra "irmão".




sexta-feira, 4 de maio de 2012

CRISTIANISMO, JUDAÍSMO MESSIÂNICO E JUDAÍSMO NAZARENO - PARTE I


Por Sha’ul Bentsion(Baseado parcialmente em estudo do Rav. Moshe Koniuchowsky) 



I – OBJETIVO 

Como muitos em nosso meio possuem interesse sobre o movimento de restauração da féoriginal, mas pouco conhecem a respeito de Judaísmo Messiânico e menos ainda a respeito de Judaísmo Nazareno, resolvi fazer este pequeno estudo comparando as diferentes posições teológicas do Cristianismo, Judaísmo Messiânico e Judaísmo Nazareno. O objetivo não é discriminar crença alguma, mesmo quando discordamos dela, mas sim que possamos entender um pouco melhor até onde somos iguais, e até onde somos diferentes, e porque. 

II – CONSIDERAÇÕES INICIAIS 

Muitos estão sempre prontos a criticar qualquer estudo que use de generalizações. Contudo, a generalização é absolutamente necessária para que possamos entender os movimentos. Sabemos que sempre haverá grupos que fugirão ao padrão aqui descrito, porém é impossível relatarmos todas as possíveis e imagináveis crenças de cada grupo. Para efeito deste estudo, utilizamos os seguintes padrões: Entendemos como “padrão” para o Cristianismo o Protestantismo clássico da Reforma. Para o Judaísmo Messiânicos, tomamos como padrão a “MJAA” (Messianic Jewish Alliance of America). Para o Judaísmo Nazareno, tomamos como padrão a “UNJS” (Union of Nazarene Jewish Synagogues). Reconhecemos que ha já variações mesmo dentro de cada movimento, e algumas destas variações mais relevantesforam mencionadas. Porém é impossível aqui relatarmos todas elas. 

III – ESTUDO COMPARATIVO1 - A “IGREJA” 

- O Judaísmo Messiânico vê a “Igreja” como uma entidade distinta do “povo de Israel” (i.e. os judeus) e predominantemente “gentílica”. Ambos formariam o “corpo do Messias”, mas permaneceriam distindos e sempre haveria esta distinção pelo menos aqui na terra. Em alguns casos, até mesmo a separação entre congregações e serviços judaicos e gentílicos chega a ser encorajada. 

- O Cristianismo vê a “Igreja” como uma entidade que substitui a Israel. Chama-a, embora sem base bíblica alguma, de “Israel Espiritual”. Os judeus que creem no messias teriam se“convertido” e agora fariam parte desta “Igreja” (que, naturalmente, também possui predominância “gentílica”). 

- O Judaísmo Nazareno diz que não existe uma entidade chamada “Igreja” separada de Israel,que sempre foi e sempre será o povo da aliança. De acordo com o Judaísmo Nazareno, não existe “a Igreja” como na concepção cristã. O corpo do Messias sempre foi e sempre será Israel, composta predominantemente de judeus e efraimitas (remanescentes das 10 tribos agora restaurados) que amam e seguem a D-us, juntamente com aqueles que se convertem a Israel (vide o caso de Rute e Raabe). Esta é a “Assembléia/Congregação” de Yeshua. A“Assembléia/Congregação” é uma, a mesma de sempre. 


2 – CRENTES “GENTIOS” 

- O Judaísmo Messiânico entende que, de um modo geral, os “gentios salvos” como não sendo israelitas, não tendo sangue israelita algum, e não tendo nenhum argumento legítimo de descender fisicamente dos patriarcas Avraham, Yitschak e Ya’akov. Crêem que os “gentiossalvos” que alegam descender fisicamente de judeus ou têm algum sangue judeu, ou então vivendo um engano. A idéia de que um crente não-judeu possa ser um israelita não-judeu (isto é, descendente das demais tribos) é vista como sendo errônea. 

- O Cristianismo por sua vez normalmente crê numa distinção (inexistente biblicamente) entre“judeus físicos” (numa alusão aos filhos de Israel), e os “judeus espirituais”. Um “gentio salvo”,assim como um “judeu salvo”, seriam “judeus espirituais”. 

- O Judaísmo Nazareno crê que a grande, esmagadora maioria dos seguidores não-judeus de Yeshua são de fato israelitas – mais especificamente, efraimitas (descendentes das 10 tribos),que foram dispersos entre as nações gentílicas a partir de 721 AC. Eles um dia foram “lo ami”(considerados como não sendo povo de D-us), mas foram restaurados (vide 2 Kefá/Pedro 2:10)conforme a promessa de Hoshea (Oséias), através do Messias de Israel. Estes “gentios” na verdade são israelitas, e foram lavados, remidos e despertados para sua identidade israelita através do cumprimento das promessas em Yeshua HaMashiach. Seu reconhecimento com semente de Efraim e sua união com Yehudá (Judá) é importante para a restauração do Reino.Vale porém ressaltar que o Judaísmo Nazareno não afirma que eles se tornaram “judeus” ou substituem a Yehudá (Judá). O Judaísmo Nazareno busca a união das duas casas de Israel(Yehudá e Efraim). 


3 - SALVAÇÃO 

- O Judaísmo Messiânico vê o reajuntamento, a identificação, e as alegações dos crentes não-judeus de que são efraimitas como uma heresia. Crêem que o conceito de duas casas de umaúnica entidade, Israel, é “salvação por DNA”, ou “salvação por sangue”, ao invés de ser salvação pela graça através da fé. Pensam que os que crêem nas duas casas pregam que asalvação é só para Israel, isto é, que os gentios não teriam salvação. Eles crêem na realidadeda salvação no sangue de Yeshua, mas negam a realidade do reajuntamento de Israel (as 10 tribos que estavam afastadas) como sendo parte da salvação. Infelizmente, em muitas comunidade acaba se criando “duas classes” de salvos, os “salvos judeus” e os “salvosgentios”.

- O Cristianismo vê a salvação como sendo também pela graça através da fé, pelo sangue do Messias Yeshua. Crê, embora isso não seja dito de forma muito aberta por razões políticas,que o Israel físico que não “se converter” vai direto pro inferno. Muitas vezes igualam o “crer em Yeshua” como o “se tornar cristão”, e vêem a salvação como forma de uma pessoa passar a pertencer ao “Israel espiritual”. Costumam ignorar a questão efraimita como um todo. 

- O Judaísmo Nazareno, ao contrário do que pensam alguns de nossos opositores, vê a salvação como sendo uma dádiva gratuita a todo aquele que crê. Cremos na mesma salvação pela graça, por meio da fé. Contudo, o Judaísmo Nazareno ensina que de fato a semente de Efraim cumpriu a profecia de uma multiplicidade dada aos patriarcas, e vê o reajuntamento das“ovelhas perdidas” como de fato sendo um cumprimento literal de uma promessa, e crê sim que a grande maioria dos salvos são de fato descendentes físicos das 10 tribos, restaurados pela fé em Yeshua. Contudo, admite-se também que existem aqueles que não são de origem israelita(embora minoria), mas que ao aceitarem o D-us de Israel, e o Messias de Israel, passam afazer parte de Israel, sem distinções. Rejeitamos qualquer parede de separação no povo de D-us. 


4 – COMUNIDADE DE ISRAEL 

- O Judaísmo Messiânico vê a comunidade de Israel como sendo formada pelos judeus messiânicos mais “a igreja gentílica”, enxertada em Israel. Dentro da comunidade de Israel,contudo, o Judaísmo Messiânico muitas vezes faz distinção entre judeus e não-judeus,tratando-os como entidades separadas, apesar das alegações do contrário. Muitas comunidades, embora isto esteja gradativamente mudando, crêem em dois padrões, um para a“igreja gentílica” e outro para o movimento messiânico. A Torá é um privilégio e um “fardo” que somente os judeus messiânicos podem carregar e participar. Alguns grupos dizem que os“gentios” não devem praticar a Torá. Outros dizem que podem, mas é opcional. 

Normal mente recomendam as “leis noéticas” rabínicas, ou os requisitos de Atos 15. 

- O Cristianismo, embora possa não admitir isto na teoria, na prática crê que são os “judeus salvos” que se enxertam na “Igreja”, ao contrário do que diz Romanos 11. Normalmente não só não crêem na prática da Torá, como muitas vezes até encorajam judeus “convertidos” a deixarem de lado esta prática. Crêem que a graça é “incompatível” com as “leis de Moisés”. 

- O Judaísmo Nazareno crê que todos na comunidade de Israel, incluindo judeus, efraimitas restaurados e conversos ao povo de Israel, têm todos os privilégios de cidadania. Crê que é mais importante a pertinência ao corpo do Messias (Israel) do que uma distinção entre tribos,ou mesmo entre quem é natural e quem é convertido a Israel. Todos os membros do corpo são israelitas, seja por nascimento (judeus e efraimitas, a grande maioria do corpo) ou por adoção(gerim – convertidos). Israel sempre foi, e sempre será o povo da aliança. Não existe Israel físico e Israel espiritual, mas sim um único Israel. Todos os israelitas devem se esforçar ao máximo para viverem na Torá, e são responsáveis por isto à medida em que vão aprendendo. Aos efraimitas, que estão retornando, o Conselho dos Nazarenos em Atos 15 deu a recomendação de começar com um padrão mínimo, e irem evoluindo à medida em que aprendiam a Torá nas sinagogas (vide Atos 15:21). Não existe distinção entre um judeu nazareno e um israelita nazareno. 


5 – ISRAEL FÍSICO X ISRAEL ESPIRITUAL 

- Na teoria, o Judaísmo Messiânico é radicalmente contra a noção de “Israel Físico” x “Israel Espiritual”. O Judaísmo Messiânico corretamente diz que só existe um Israel. Porém, na prática, muitos grupos ao crerem em uma entidade chamada “Igreja” acabam adotando a mesma crença em um “Israel Físico” e outro “Espiritual”, porém com uma mudança terminológica. Contudo, em comparação com o Cristianismo, o Judaísmo Messiânico tem o ponto positivo, de ser fortemente contrário à maligna teologia da substituição, a qual diz que Israel foi substituído pela Igreja. Porém, mesmo que sem terem a intenção, ao crerem numa entidade à parte chamada “Igreja”, acabam continuidade à batalha entre Yehudá (Judá) eEfraim pelo reconhecimento como sendo o “Israel legítimo”. Infelizmente, o Judaísmo Messiânico tem contribuído fortemente para a parede de separação entre judeus e efraimitas. 

- O Cristianismo tradicional crê na teologia da substituição. Trocando em miúdos: Israel falhou e foi substituída por uma entidade chamada “Igreja”, que é o Israel espiritual. Alguns grupos ainda reconhecem que há determinadas promessas feitas para o “Israel Físico”, outros grupos dizem que a “Igreja” se tornou herdeira das bênçãos de Israel (curiosamente foi apenas das bênçãos, e não das aflições). Crêem que esse “Israel Espiritual” é formado por “judeus espirituais”, ou seja, cristãos. 

- O Judaísmo Nazareno crê que não existem duas noivas do Messias, e também que D-us não pode ter duas esposas. Como D-us já escolheu a Israel como esposa, não a rejeitará. A noivado Messias, o corpo do Messias, é Israel. A noiva é composta por judeus e por efraimitas, quer conheçam suas origens quer estejam sendo restaurados. A casa de Yehudá (Judá) e a casa deEfraim, os dois reinos dividos, são feitos um com a queda da parede de separação, e como Israel restaurado formam a noiva do Messias. Como já dissemos antes, os gentios que se achegam à fé em sua grande maioria são efraimitas, isto é, descendentes das 10 tribos dispersas. Existem também gentios não-efraimitas, mas que se tornam israelitas por opção, ao desejarem se juntar ao povo de Israel como fizeram Ruth e Rahav (Raabe). Não existemisraelitas físicos e outros espirituais. Existem apenas israelitas físicos, espiritualmente restaurados. Esta nação única é o Israel físico e espiritual. Portanto não existe sentido nesta briga entre Yehudá (Judá) e Efraim, que começou logo depois do reinado de Shlomo HaMelech(o rei Salomão), mas que há de acabar. 


6 – DISTINÇÕES RACIAIS 

- O Judaísmo Messiânico frequentemente alega não fazer distinções raciais no corpo do Messias, mas isso nem sempre é verdade em todas as congregações. A noção de que “judeus e gentios” foram grupos de pessoas diferentes muitas vezes gera uma divisão. Termos como“judeu messiânico” e “gentio messiânico” são frequentes, enfatizando uma diferença nacional e étnica no povo de D-us. Infelizmente, o Judaísmo Messiânico permanece no mesmo erro de se recusar a ver o retorno dos efraimitas, as ovelhas perdidas da casa de Israel que estavam dispersas e misturadas entre as nações. O grau de distinção nas comunidades messiânicas varia muito. Em algumas, preticamente não há distinção. Em outras, ocorrem distinções dentro da congregação. Outras ainda chegam a recomendar que os gentios fiquem em suas “igrejas”,deixando as sinagogas para os judeus.

- Embora o Cristianismo leve vantagem sobre o Judaísmo Messiânico ao não fazer diferenciação nas congregações, existe ainda muita discriminação e anti-semitismo nas igrejas cristãs. Como o Cristianismo é muito diversificado, isto varia muito de igreja para igreja. Mas,no geral, vêem os judeus como um povo que, não crendo no Messias, se não se arrepender irápara o inferno. Esquecem-se de que a rejeição dos judeus é parte do plano de D-us para restaurar as nações. Esquecem-se de que D-us prometeu salvar a todo Israel. Normalmente, o Cristianismo realiza um verdadeiro holocausto espiritual tentando “converter” os judeus ao Cristianismo.

- O Judaísmo Nazareno crê que quando os membros do corpo se dão conta de que, sendo judeus, efraimitas, ou mesmo israelitas por opção, na realidade agora são parte da comunidade de Israel, a questão da raça perde importância. Somos todos o mesmo povo ao qual D-ussempre amou e do qual D-us sempre cuidou. Rav. Sha’ul (Paulo), nos originais semitas, dizque “não existe judeu ou arameu”. A palavra “arameu” era frequentemente usada para se referir àqueles que haviam se dispersado na região da Assíria. Ou seja: as 10 tribos perdidas de Israel! Não importa a que tribo pertençamos, somos todos israelitas! Como semente de Avraham (Abraão), nossa nação (Israel) é uma nação de sacerdócio real. Portanto, o foco deixa de ser na lacuna entre dois grupos, e passa a ser na restauração do Reino de Israel, em sua plenitude, conforme prometido pelos profetas! O conceito de “dois corpos”, ou “dois grupos”, ou ainda um “Israel físico” e outro “espiritual”, são divisões dos homens, doutrinas destrutivas, fruto da imaginação de grupos religiosos, e que não se encontra em lugar algumnas Escrituras. Tão certo quanto só há UM D-us, UMA Palavra, e UM Messias, só existe UM povo escolhido. 


7 – A RESTAURAÇÃO DO REINO DE ISRAEL 

- O Judaísmo Messiânico tem crenças variadas a este respeito. Alguns crêem que este evento já ocorreu, ou no tempo do rei Josias, ou no tempo em que Yehudá (Judá) retornou daBabilônia. Outros crêem que isto ocorreu com o retorno dos judeus a Israel em 1948. Outros ainda crêem que a restauração está ocorrendo gradativamente, e que culminará no reajuntamento das 10 tribos perdidas no advento do Messias.

- O Cristianismo, por normalmente minimizar a questão do que eles chamam de “Israel Físico”,normalmente não dá muita importância à questão. Alguns grupos atualmente ainda olham para Israel como sendo o cronômetro para o fim-dos-tempos. Contudo, pouco é dito acerca do reajuntamento das tribos perdidas.

- O Judaísmo Nazareno crê que esta restauração esteja sendo gradativa, mas que ainda não tenha ocorrido devido a uma série de fatores. Primeiramente, os talmidim (discípulos)perguntaram a Yeshua quando isto ocorreria, portanto o evento não poderia ter sido o retornode Yehudá (Judá) na época do rei Josias, ou da Babilônia. Da mesma forma, o Judaísmo Nazareno crê que o retorno de Yehudá (Judá) à terra prometida em 1948 é um passo nesta direção, assim como também é um passo nesta direção a restauração gradativa de Efraim. Contudo, o evento descrito em Ezequiel 37 é um reajuntamento e um retorno completo, de todas as tribos, e não um reajuntamento parcial somente de Yehudá (Judá). Além disto, a restauração será acompanhada da gravação das leis de D-us no coração, e do fim do pecado.Isto só ocorrerá quando o Messias retornar. Atualmente, Efraim ainda ama o paganismo, oculto ao deus-sol, e Yehudá (Judá) ainda está imerso em esoterismo. A plenitude ocorreráquando o Messias regressar, quando a grande maioria em Yehudá (Judá) o aceitará como rei,para reinar sobre todo o Israel. 


8 – TEOLOGIA DA SUBSTITUIÇÃO 

O Judaísmo Messiânico rejeita a teologia da substituição com todas as suas forças, e faz tudo o que pode para eliminar esta doutrina de demônios dos meios teológicos. Contudo, trágica e ironicamente, acaba incidentalmente a fomentando quando propaga a idéia errada de queexiste um grupo chamado "Igreja" distinto de Israel. 

- No Cristianismo, a teologia da substituição é extremamente comum.Embora alguns grupos já estejam começando a abrir os olhos e rever esta crença, a grande maioria das igrejas ainda propaga esta doutrina de que os cristãos são o "Israel Espiritual". Esta doutrina anti-semita, demoníaca e sem base bíblica tem sido o principal motivo para a perseguição tanto física (cruzadas, inquisições, etc.) quanto espiritual (evangelismo agressivo, conversões, etc.) dos judeus. É com base nesta doutrina diabólica que chegam à conclusão de que a "Igreja"será arrebatada antes da tribulação (algo que não tem base bíblica alguma) e que Israel "se lascará sozinho" durante o reinado do antimessias. 

- Como o Judaísmo Nazareno crê que Israel sempre foi e sempre será o mesmo, física e espiritualmente, e que os que seguem a Yeshua ou sãoefraimitas restaurados (grande maioria) ou pessoas que se tornaram israelitas por opção, deixa de fazer sentido a idéia de uma possívelteologia da substituição. A idéia de que existam "duas noivas" ou"dois corpos" é uma doutrina estranha propagada pelo inimigo para trazer divisão em Israel. Tal qual o Judaísmo Messiânico, o Judaísmo Nazareno é radicalmente contra a diabólica teologia da substituição.Porém, ao contrário do Judaísmo Messiânico, o Judaísmo Nazareno propõe uma solução teológica que não faz distinção de raças. 

- O Judaísmo Messiânico rejeita a teologia da substituição com todas as suas forças, e faz tudo o que pode para eliminar esta doutrina de demônios dos meios teológicos. Contudo, trágica eironicamente, acaba incidentalmente a fomentando quando propaga a idéia errada de queexiste um grupo chamado “Igreja” distinto de Israel. 

- No Cristianismo, a teologia da substituição é extremamente comum. Embora alguns grupos já estejam começando a abrir os olhos e rever esta crença, a grande maioria das igrejas ainda propaga esta doutrina de que os cristãos são o “Israel Espiritual”. Esta doutrina anti-semita, demoníaca e sem base bíblica tem sido o principal motivo para a perseguição tanto física(cruzadas, inquisições, etc.) quanto espiritual (evangelismo agressivo, conversões, etc.) dos judeus. É com base nesta doutrina diabólica que chegam à conclusão de que a “Igreja” será arrebatada antes da tribulação (algo que não tem base bíblica alguma) e que Israel “se lascará sozinho” durante o reinado do antimessias. 


9 – SHABAT E MOEDIM 

- O Judaísmo Messiânico procura observar o Shabat, Rosh Chodesh (Lua Nova) bem como osdemais festivais bíblicos apontados pelo Eterno, e descritos na Torá. Porém, normalmentedizem que para os “gentios” esta celebração é vista como opcional. 

- O Cristianismo, salvo raras exceções, normalmente não observa os festivais do Eterno. Ao invés disto, observa festas da tradição romana (Natal, Páscoa, domingo, etc.) que infelizmente possuem raízes no paganismo. Em alguns casos mais extremados, a celebração das festas do Eterno chega a ser vista como algo errado, fruto de quem “não está na graça”. 

- O Judaísmo Nazareno também procura observar o Shabat, Rosh Chodesh (Lua Nova) bemcomo os demais festivais bíblicos apontados pelo Eterno, e descritos na Torá, e enfatiza que todos aqueles que amam ao Eterno devem participar de tais celebrações. 


10 – OBSERVÂNCIA DA TORÁ 

- Neste ponto, também há divergências dentro do Judaísmo Messiânico. Alguns grupos crêem que a observância da Torá para os “gentios” é totalmente opcional, e que a insistência de que os “gentios” devam observar a Torá é legalismo. Normalmente estes grupos ignoram que a própria Torá proíbe termos “duas leis” distintas. Ou seja: proíbe a criação de classes no Reino. 

Estes grupos costumam manter a muralha que foi erguida em volta da Torá pelo Judaísmo tradicional, tornando-a um privilégio apenas para judeus ou, no máximo, para alguns “gentios”que têm um “chamado especial”. Outros grupos já reconhecem que Atos 15 estabelece um mínimo para que o “gentio” aprenda a Torá gradualmente, e que a Torá é para todo o povo de D-us.- O Cristianismo tradicional rejeita a Torá. Da Torá, mantêm apenas 12 mandamentos: os “9mandamentos” (isto é, os 10 menos o Shabat), o de amar ao próximo como a si mesmo, o de amar a D-us sobre todas as coisas, e o do dízimo. Os demais mandamentos são descartados sem o menor critério. O Cristianismo tradicional confunde lei com legalismo, e acha que o problema está nas leis de D-us. Alguns grupos minimizam a observância da Torá, outros adescartam, outros ainda crêem que quem observa a Torá “caiu da graça”. 

- O Judaísmo Nazareno crê que existe somente uma Torá para o povo de D-us. Tanto judeus,quanto efraimitas restaurados (que representam a maioria dos que crêem), quanto israelitaspor opção devem guardar a Torá. O Judaísmo Nazareno reconhece que Atos 15 recomenda que aos novos na fé, deve ser dado o leite, e que gradativamente os mesmos devem ser ensinados na Torá. Uma vez que se atinja a maturidade, é não somente um privilégio observar a Torá, como é mandamento divino. A Torá foi dada a todos os filhos de Israel e, através da dispersão de Efraim, foi oferecida em todas as nações. Agora, a Torá pode ser cumprida em seu pleno propósito através da fé em Yeshua HaMashiach. Todos os filhos de Israel devem lembrar que a Torá foi dada a nossos pais no Monte Sinai de forma eterna e irrevogável. 

CRISTIANISMO, JUDAÍSMO MESSIÂNICO E JUDAÍSMO NAZARENO – PARTE II


Por Sha’ul Bentsion(Baseado parcialmente em estudo do Rav. Moshe Koniuchowsky) 



11 – PAULO 

- O Judaísmo Messiânico rejeita a falsa premissa de que Rav. Sha’ul (Paulo) teria falado contrao cumprimento das mitsvot (mandamentos) da Torá. Alguns grupos crêem que Rav. Sha’ul(Paulo) falou apenas contra o “forçar um gentio” a cumprir a Torá, demonstrando ao pcionalidade da mesma para os não-judeus. Outros grupos crêem que Rav. Sha’ul (Paulo)falou contra o legalismo rabínico, e não contra a Torá, e que Rav. Sha’ul (Paulo) não era contraos “gentios cumprirem a Torá”, muito pelo contrário. Ambos reconhecem que Rav. Sha’ul(Paulo) viveu uma vida reta, como um judeu zeloso e cumpridor da Torá, e que Rav. Sha’ul(Paulo) jamais falou contra a Torá, mas sim contra o mau uso da mesma. 

- O Cristianismo vê na teologia paulina uma exaltação da graça acima da lei. O Cristianismo normalmente crê que não estamos mais na “dispensação da lei”, mas sim na “dispensação da graça”. Normalmente passagens do Tanach (Primeiro Testamento) que mostram que sempreestivemos na graça, e que a Torá é eterna costumam ser minimizadas. Curiosamente, o Cristianismo não vê problemas na sua interpretação de Rav. Sha’ul (Paulo) contradizer revelação anterior, pois há uma ênfase maior na revelação do “Novo” Testamento do que na do“Velho” Testamento. 

- O Judaísmo Nazareno também rejeita a falsa premissa de que Rav. Sha’ul (Paulo) tenhafalado contra a Torá. O Judaísmo Nazareno mantém que as “leis” condenadas pelas Escrituras como sendo um jugo pesado são, segundo a própria definição de Yeshua, leis rabínicas, e nãoleis da Torá. O Judaísmo Nazareno mantém então posição semelhante ao Judaísmo Messiânico de que o problema estava no legalismo rabínico, e não nas leis de D-us. O Judaísmo Nazareno mantém ainda que existem versículos suficientes em todas as Escrituras que demonstram que quem ama a D-us deve, por amor, guardar a Torá, a medida em que vai aprendendo da mesma. 


12 – TRADIÇÕES JUDAICAS 

- O Judaísmo Messiânico enfatiza bastante a questão das tradições judaicas, e procura segui-las ao máximo. O Judaísmo Messiânico reconhece a grande importância das tradições na cultura e identidade dos judeus. Contudo, em alguns grupos, a cultura judaica é enfatizada acima da Torá. Em certos casos, mesmo quando a tradição de nossos pais, por decisões rabínicas, fere a Torá, as tradições são seguidas acima da Torá. Um exemplo disto é o uso dos fios puramente brancos nos tsitsiyot (as franjas do talit), quando a Torá determina que um dos fios seja azul. Frequentemente, a chamada “Torá Oral”, que o próprio Judaísmo Messiânico reconhece não existir, é usada como desculpa para esta atitude. 

- O Cristianismo mais tradicional não tem muito interesse, a não ser por talvez um pouco decuriosidade, nas tradições judaicas. O problema principal é quando o Cristianismo confunde atradição judaica com a Torá. Uma coisa é a imposição de uma cultura, o que é errado à luz dasEscrituras. Outra coisa é pregar a obediência aos preceitos bíblicos da Torá. Quem prega aTorá, que nada mais é do que Bíblia pura e simples, é frequentemente chamado de“judaizante”. 

- O Judaísmo Nazareno também reconhece o valor e a importância da cultura judaica, até mesmo no entendimento de certas passagens bíblicas. Contudo, o Judaísmo Nazareno enfatiza a observância da Torá acima de qualquer tradição. Se alguma tradição minimiza ou viola a Torá, então para o Judaísmo Nazareno prevalece a observância da Torá. O Judaísmo Nazareno também reconhece que ninguém é obrigado a cumprir as mitsvot (mandamentos) daTorá da “forma judaica”, desde que os mandamentos sejam cumpridos. Valorizamos e procuramos por uma questão cultural sempre que possível manter a identidade judaica e aforma tradicional de cumprir as mitsvot (mandamentos), e ainda procuramos manter a cultura judaica mesmo quando não há mitsvá (mandamento) envolvido. Contudo reconhecemos que aúnica coisa que tem autoridade sobre nós em termos de prática são as mitsvot (leis) de D-us. Acultura é um elemento importante, mas opcional. 


13 – AS DEZ TRIBOS 

- O Judaísmo Messiânico possui visões bem variáveis a respeito deste assunto. A maiorianormalmente crê que as dez tribos deixaram de existir como nação identificável e que os indivíduos que mantiveram sua identidade foram absorvidos por Yehudá (Judá). A maioriaportanto crê que os judeus da atualidade são a nação visível, reunida e reconstituída de Israel, produto do reajuntamento de todas as 12 tribos. Estas 12 tribos da atualidade são conhecidos apenas como ‘judeus’, e portanto não haveria necessidade de um novo reajuntamento da Casa de Israel. Alguns grupos messiânicos contudo vêem o reajuntamento das 10 tribos de Israel como um evento futuro, que ocorrerá na segunda vinda do Messias. 

- O Cristianismo tende a minimizar a questão, pois não há muito enfoque no “Israel físico”. As promessas do “Israel físico” teriam passado para o “Israel espiritual”. Dentre os que crêem quehá promessas para o “Israel físico”, a maioria também vê o retorno ao Estado de Israel como sendo o cumprimento desta profecia. 

- O Judaísmo Nazareno crê que a nação de Israel ainda não foi totalmente restaurada. Ambas as casas encontram-se ainda em estado de cegueira espiritual, até a consumação dos tempos. Yehudá (Judá) continua fundamentalmente (e propositadamente) cego com relação ao Messias Yeshua, até que o tempo de Efraim possa se completar. Esta cegueira foi a forma que D-us encontrou para restaurar Efraim. Já Efraim continua, como dizem as Escrituras, amando o paganismo. Mesmo tendo sido salvos no Messias Yeshua, a grande maioria de Efraim ainda se encontra imersa no paganismo romano. O Judaísmo Nazareno crê que tanto a restauração de Yehudá (Judá) quanto a de Efraim está se dando aos poucos. A restauração de Yehudá (Judá)está se dando à medida que os judeus começam a reconhecer em Yeshua o Messiasprometido. A restauração de Efraim (a chamada “plenitude dos gentios” – promessa dada a Efraim pelo patriarca Ya’akov/Jacó) está ocorrendo a partir do momento em que Yeshua temfeito as boas novas da restauração se propagarem pelas nações em busca das ovelhas perdidas da Casa de Israel. O Judaísmo Nazareno não crê que as 10 tribos estejam totalmente perdidas, mas apenas “escondidas” entre as nações, mas sendo restauradas no Messias. 


14 – O TABERNÁCULO DE DAVID 

- O Judaísmo Messiânico crê que o Tabernáculo de David se refere apenas à Casa de Yehudá(Judá), isto é, ao povo judeu. Portanto para trazer a reconciliação bíblica nestes últimos dias,deve ser feito um esforço para reconciliar os judeus com a “Igreja”, trazendo a “Igreja” de volta às suas “raízes judaicas”. O Judaísmo Messiânico é muito ativo na restauração destes dois“corpos” de D-us, praticamente admitindo ou que a teologia da substituição está correta, ou que existam “duas noivas” do Messias. 

- O Cristianismo crê que a restauração do Tabernáculo de David se deu com a “restauração da fé” através da criação da “Igreja”, que seria o “Israel Espiritual”. O cumprimento profético da restauração do Tabernáculo de David seria apenas no âmbito espiritual. Para dar sentido à sua teologia, é muito comum no Cristianismo a “espiritualização” de muitas promessas que se refiram a Israel. 

- O Judaísmo Nazareno crê que histórica e biblicamente o Tabernáculo de David sempre foidefinido como sendo Israel, e que portanto uma restauração do Tabernáculo de David seria uma restauração do povo de Israel tal qual ele era no tempo durante o qual David reinou e,consequentemente, estabeleceu o seu Tabernáculo. Naqueles tempos, o povo de Israel era um. Quando houve a separação do Reino do Norte (Israel/Efraim) e do Sul (Yehudá), D-us prometeu que o povo um dia seria restaurado. O Judaísmo Nazareno é muito ativo no sentido de promover a restauração, através do Messias Yeshua, deste relacionamento atualmente ferido entre as duas Casas de Israel, que culminará profeticamente na restauração do Reino de Israel. O Judaísmo Nazareno crê que a restauração na irmandade de Israel é bíblica e crê queo conceito cristão de que exista uma “Igreja” distinta de Israel, ou conhecida como “Israel Espiritual”, como sendo demoníaco, anti-bíblico e fictício. O Judaísmo Nazareno também rejeita a noção de que os judeus teriam status especial no Reino de Israel restaurado, pois não há base bíblica para distinção entre israelitas. 


15 – CONVERSÕES AO JUDAÍSMO 

- O Judáismo Messiânico crê que a única forma de uma pessoa se tornar parte de Israel éatravés de uma conversão ao Judaísmo. O pior disto tudo é que muitos grupos sequer possuem “ritual de conversão”, forçando os que desejam se juntar a Israel a se submeterem a uma conversão tradicional (ortodoxa ou reformista). Alguns grupos aceitam “conversões messiânicas”, outros somente “conversões tradicionais”, outros ainda apenas “conversões ortodoxas”. Infelizmente, esta crença e prática estão arraigadas na falsa premissa de que apenas o povo judeu é Israel, e que consequentemente não há israelita que não seja judeu.Esta crença e prática também, além de frontalmente contrária às Escrituras, é arrogante e exclusivista, e só faz fomentar a criação de classes no Reino. 

- Se o Cristianismo por um lado possui a vantagem de não fazer distinção de classes, por outro exige um tipo de conversão que fatalmente significa para o judeu ter que abandonar totalmente suas tradições e também trocar a Torá por uma fé anti-nomiana. Chega-se muitas vezes adizer que a pessoa deixou de ser judeu para se tornar cristão. A prática da violação da Torá muitas vezes é até incentivada para que o judeu prove que “se converteu de coração”. Tal prática conversória é um verdadeiro holocausto espiritual. 

- O Judaísmo Nazareno entende que algumas pessoas optem por fazer o processo de conversão, desde que não neguem a Yeshua, apenas para que sejam reconhecidos pelacomunidade judaica tradicional, ou para que tenham direito a fazer aliá (irem morar em Israel).Contudo, o Judaísmo Nazareno rejeita completamente a noção de que uma conversão é necessária para que a pessoa se torne parte de Israel. O Judaísmo Nazareno reconhece que aqueles que se aproximam de Yeshua são, em sua maioria, efraimitas que estão tendo suas raízes restauradas, ou, embora em menor escala, pessoas que desejam se unir a Israel. As Escrituras não dão base para nenhum ritual de conversão para adoção como parte de Israel, além da conversão ao D-us de Israel. A idéia de conversão não só é uma invenção humanaarrogante, discriminatória e que diminui a importância da graça de D-us, como ainda, na melhor das hipóteses, representa uma “mudança de lado” dentro de uma mesma família. Ou seja, não faz o menor sentido espiritualmente falando, nem torna a pessoa mais ou menos israelita aos olhos de D-us. 


16 - KASHRUT 

- O Judaísmo Messiânico de um modo geral costuma seguir a kashrut (leis alimentares)puramente bíblica, tal qual o evitar porco e camarão. Alguns segmentos, embora minoritários, seguem a halachá rabínica e separam carne do leite. Este segmento contudo é minoria no Judaísmo Messiânico. 

- O Cristianismo tradicional crê que Yeshua anulou as leis da kashrut, e que portanto D-us nãose importaria com a nossa alimentação. 

- O Judaísmo Nazareno também costuma seguir a kashrut (leis alimentares) puramente bíblica. Alguns grupos optam por seguir a halachá rabínica de separação de carne e leite apenas por uma questão de convivência com a comunidade judaica local. Porém o Judaísmo Nazareno tem como bem claro que a única coisa que tem verdadeira autoridade no assunto são asmitsvot (mandamentos) de D-us. 

CRISTIANISMO, JUDAÍSMO MESSIÂNICO E JUDAÍSMO NAZARENO - PARTE III

Por Sha’ul Bentsion(Baseado parcialmente em estudo do Rav. Moshe Koniuchowsky) 


17 – CIRCUNCISÃO (B’RIT MILÁ) 

- O Judaísmo Messiânico não é unânime nesta questão. Alguns grupos defendem que os“gentios” não precisam se circuncisar, e que este seria o exemplo de mais uma mitsvá(mandamento) que só seria relevante para os judeus. Outros grupos defendem que apenas os“gentios que se convertem ao judaísmo” (vide tópico sobre conversão) devem se circuncisar. Outros grupos ainda defendem que a circuncisão, como toda mitsvá (mandamento) do Eterno,é para todos. O que esses grupos têm em comum, diferente do Cristianismo tradicional, é que reconhecem que um “gentio” pode se circuncisar, coisa que para o Cristianismo tradicional muitas vezes é vista como sendo “cair da graça”. A questão daqueles que foram circuncidados por questões de saúde também varia muito. Alguns grupos defendem o ritual de “Hatafat Dam”,que passa pela extração de uma gota de sangue do pênis para poder tornar a circuncisão“kasher”, isto é, própria segundo as leis rabínicas. Outros grupos dizem que isto não é necessário, e que basta a pessoa passar a aceitar sua própria circuncisão. 

- O Cristianismo tradicional não reconhece a circuncisão apesar de Gênesis 17 deixar claro que todos os que são da casa de Avraham, naturais ou “comprados”, deveriam ser circuncisados.Existem dois motivos para isto: o primeiro seria relacionado à doutrina de que as leis de D-us teriam sido abolidas. O segundo está no fato de não compreenderem a questão de Rav. Sha’ul(Paulo) ter sido contra a circuncisão por legalismo, que muitas vezes nem mesmo era uma“circuncisão”, mas sim o ritual de “Hatafat Dam” para serem aceitos no Judaísmo Rabínico. Por perder a identidade semita de sua fé, o Cristianismo acabou caindo numa não-compreensão desta questão. 

- O Judaísmo Nazareno não só vê a circuncisão como sendo uma mitsvá (mandamento)pertinente a todos, como também reconhece nela uma grande importância no processo de restauração da identidade dos efraimitas. O Judaísmo Nazareno concorda com o Judaísmo Messiânico e com o Cristianismo que a circuncisão não é questão de salvação. Porém, assim como a passagem pelo mikveh (batismo), é uma questão de demonstração de obediência. Ospais tementes ao Eterno têm a responsabilidade de circuncisar seus filhos homens ao oitavo dia do nascimento. No caso de um adulto, de acordo com a ordem dos fatores estabelecida em Atos 15, deve se circuncisar tão logo adquira certa independência em sua compreensão da Torá. Aos que já são circuncidados por questões de saúde, rejeita-se a noção de que seria necessário o ato de “Hatafat Dam” (extração de sangue), que para o Judaísmo Nazareno éuma lei rabínica sem base bíblica. 


18 – HALACHÁ 

- A halachá consiste em decisões rabínicas acerca do cumprimento de uma mitsvá(mandamento). Por exemplo: a Torá fala que “é proibido trabalhar no Shabat”. A halachá diria oque significa “trabalhar no Shabat”, e assim por diante. O Judaísmo Messiânico respeita emuitas vezes aceita a halachá rabínica, muitas vezes com status de mitsvá (mandamento). Aobediência à halachá tradicional muitas vezes varia de congregação para congregação, e também de acordo com a conveniência da mesma. Como o Judaísmo Messiânico luta para ser reconhecido como a quarta grande ramificação do Judaísmo (depois do Ortodoxo, Conservador e Reformista), isto pode culminar no aceitar grande parte da halachá rabínica tradicional, comgrande parte de suas leis rabínicas. 

- Se o Cristianismo rejeita quase todas as mitsvot (mandamentos) da Torá, obviamente rejeita ahalachá rabínica. Contudo, muitas vezes inconscientemente, acaba adotando um preceito semelhante no que diz respeito às tradições romanas. Muitas tradições estabelecidas por Roma hoje são dogmáticas para as igrejas cristãs, em maior ou menor grau de acordo com cada igreja. O preceito é muito semelhante, embora em não tão grande escala, ao da halachá rabínica. 

- O Judaísmo Nazareno vê a questão da halachá como sendo diferente. O Judaísmo Nazarenocrê que Yeshua deu a seus seguidores a autoridade para fazerem halachá (vide Mt. 18:18). Porém, crê também na proibição explícita que existe na Torá para com adições à mesma. O Judaísmo Nazareno portanto crê que a halachá seja como jurisprudência e não lei. Ou seja: o objetivo é auxiliar e orientar aos que temem ao Eterno sobre como viverem na constituição que D-us nos deu, que é a Torá. Contudo, o Judaísmo Nazareno rejeita a noção de que uma“violação à halachá” seja pecado, ou seja igual à violação à Torá, pois a halachá não temstatus de lei. A halachá deve ser um benefício, um auxílio para o povo, e não um jugo, como muitas vezes o é a halachá rabínica. O Judaísmo Nazareno reconhece que muitas vezes ahalachá rabínica acerta, mas em muitas outras perde o espírito da coisa, erra, e se torna um fardo. Portanto crê que os nazarenos devem ter sua própria halachá. A halachá rabínica possuiinstruções valiosas, mas deve ser revista aos olhos dos ensinamentos de Yeshua, e da própriaTorá (pois frequentemente a halachá rabínica viola a Torá escrita). Em suma, a halachá nazarena seria uma soma de decisões próprias com revisões das decisões rabínicas, porém todas elas colocadas em seu devido lugar, como apoio para a Torá, e não em substituição ou mesmo nível da mesma. 


19 – TEOLOGIA DA SUBSTITUIÇÃO REVERSA 

- O fenômeno da “teologia da substituição reversa” é extremamente comum no Judaísmo Messiânico. Chega a ser irônico, pois o Judaísmo Messiânico é dos mais ferrenhos opositores da teologia da substituição. Mas o que vem a ser este fenômeno? A teologia da substituição diz um corpo chamado “Igreja” substituiu Israel. Essa noção é rejeitada pelos messiânicos no que diz respeito à casa de Yehudá (Judá). Contudo, ao se recusarem a ver a questão da casa de Efraim, os messiânicos condenam os efraimitas a não terem como restaurar suas origens (anão se que passem por “conversão ao Judaísmo”), forçando-os a serem apenas parte do corpo chamado “Igreja”, e não de Israel. Ou seja, é como se a “Igreja” tivesse engolido e substituído aEfraim, mas a não a Yehudá (Judá). Isto é o fenômeno da teologia da substituição reversa. A casa de Efraim, isto é, as 10 tribos, é tão semita e tão parte de Israel quanto Yehudá. E, noentanto, através deste ato de não-reconhecimento do processo de restauração de Efraim, o Judaísmo Messiânico tragicamente pratica contra eles o anti-semitismo (isto é: rejeita a origem semita de Efraim) através desta teologia da substituição reversa. 

- Para o Cristianismo tradicional, esta não é uma questão relevante, pois costuma pregar a teologia da substituição para todo o Israel, quer Yehudá (Judá) quer Efraim. Os chamados“israelitas remanescentes” ou até mesmo os “reenxertados” agora fariam parte da “Igreja”, que seria o “Israel Espiritual”. É um modelo exatamente reverso do que descreve Rav. Sha’ul(Paulo) em Romanos 11. 


- O Judaísmo Nazareno é radicalmente contra qualquer tipo de teologia da substituição,incluindo nisto a sutil “Teologia da Substituição Reversa”. Ao proclamar que as duas Casas de Israel estão sendo gradativamente restauradas no Messias Yeshua, nenhuma Casa é ignorada,rejeitada, substituída, vista como inferior ou como superior, nem tampouco é uma das casas,ou ambas, substituídas por uma instituição fictícia e inventada pelo homem chamada de “a Igreja”. A “Igreja” na concepção cristã não existe. A única “Igreja” que foi fundada pelo Eterno foi fundada no Sinai, e é chamada de Israel. Não existe nos planos do Eterno, conforme fica bem claro ao longo das Escrituras, principalmente dos Escritos dos Nevi’im (Profetas), qualquer outra instituição aos olhos do Eterno que não seja Israel. Aqueles que amam e seguem ao Eterno são parte de Israel, quer por serem naturais de Yehudá (Judá), Efraim, ou por seremisraelitas por opção. Estas pessoas foram um só povo, sem barreiras e sem divisões, e são unidos espiritualmente através dos laços de amor de Yeshua HaMashiach, em uma únicaentidade chamada de “Assembléia do Messias”, ou “Corpo do Messias”, que sempre foi e sempre será Israel. O Judaísmo Nazareno vê com grande preocupação o crescimento da“Teologia da Substituição Reversa” no meio messiânico. 


20 – ORDENAÇÃO 

- No Judaísmo Messiânico, não há um critério unânime para a ordenação. O que acaba ocorrendo é que, em muitas congregações, aqueles que foram ordenados no Cristianismo emigraram para o Movimento Messiânico mantêm suas ordenações como pastores. Contudo, só são reconhecidos como rabinos pelo Movimento Messiânico tradicional aqueles que são de origem judaica. Alguns grupos messiânicos só ordenam rabinos que sejam devidamente instruídos em Yeshivot (escolas de rabinos), outros grupos ordenam ‘rabinos’ a qualquer pessoa que tenha um mínimo de conhecimento, outros grupos ainda usam o título ‘rabino’como sendo sinônimo de pastor ou líder. 

- No Cristianismo tradicional, só são ordenados pastores aqueles que possuem instrução de alguma instituição. Não são vistos com bons olhos os “pastores” de algumas igrejas mais modernas que são ordenados mesmo sem terem instrução alguma. Existe, com relação ao Judaísmo Messiânico, o ponto positivo de que a ordenação não depende da origem étnica da pessoa. 

- No Judaísmo Nazareno, primeiramente não existe o reconhecimento da ordenação de outras religiões. Para que alguém seja ordenado no meio nazareno, deve ser instruído na fé nazarena.O Judaísmo Nazareno também reconhece, na falta de rabinos plenamente formados, um ancião da congregação, que esteja bem fundamentado na fé nazarena, pode liderar a congregação, porém se esta liderança for em caráter mais definitivo, deve estudar para obter formação plena. O Judaísmo Nazareno é firme na posição de que para uma pessoa se sagrar rabino deve possuir um bom nível de instrução. Porém, o Judaísmo Nazareno reconhece que qualquer pessoa que partilhe da fé nazarena pode se tornar um rabino, quer judeu, quer efraimita, quer israelita por opção. Não há base bíblica para a “distinção de berço” para a figura de um rabino. 


21 – MEMBRESIA 

- Embora isto não seja fato para todas as congregações messiânicas, a MJAA (MessianicJewish Alliance of America) só reconhece membresia total, com direito ao privilégio de voto, a quem seja judeu. Aos “gentios” é oferecido apenas o status de “associado”. Os associados da MJAA podem dar dízimo, ofertas, etc. mas não têm direito à membresia completa. A MJAA nãoconsidera esta posição como racista, mas sim como uma proteção da identidade judaica do movimento. Já a UMJC (Union of Messianic Jewish Congregations), a segunda organização mais importante do movimento messiânico, pensa diferente e dá direito de membresia total a qualquer pessoa que ame ao Eterno. 

- Neste ponto, novamente o Cristianismo está em vantagem com relação ao Judaísmo Messiânico. Nenhum membro é obrigado a dar certidão de nascimento, sobrenome ou provar linhagem para possuir status de membro em uma organização cristã. 

- A UNJS (Union of Nazarene Jewish Synagogues) também oferece membresia a qualquer pessoa que ame e siga ao D-us de Israel. A UNJS não vê com bons olhos o sistema de“associação para membros não-judeus” da MJAA, pois cria uma divisão no Corpo do Messias(Israel). A UNJS mantém que se uma pessoa é aceita por D-us como parte do Corpo do Messias (Israel), quer judeu, quer efraimita, quer israelita por opção, então essa pessoa também tem direito a pertencer a qualquer organização que alegue representar ao D-us de Israel. 


22 – A DIVINDADE DE YESHUA 

- Quando foi estabelecido, o Judaísmo Messiânico (o movimento moderno) era composto unicamente por homens que defendiam com unhas e dentes a divindade do Messias Yeshua. Isto é: o fato de que Yeshua é a manifestação física do Eterno. Contudo, a exemplo do que aconteceu historicamente com o Cristianismo, hoje em dia existem grupos que apostataram e o consideram como um ser divino porém separado do Eterno. Porém, ao contrário do que aconteceu com o Cristianismo, muitos destes grupos têm permanecido dentro do movimento messiânico, pondo em risco a sã doutrina do movimento. Deve haver uma ação em cima deste problema o mais rápido possível. Para citar um dos grandes líderes do movimento “esta[heresia] está destruindo o movimento.” 

- O Cristianismo neste ponto acerta ao considerar apóstatas os grupos que negam a divindade do Messias. A divindade do Messias também é uma doutrina fundamental do Cristianismo. 

- O Judaísmo Nazareno tem como pilar fundamental de fé o fato de que o Messias é uma manifestação do Eterno, e não um “deus à parte”. Para fazer parte da UNJS, toda congregaçãodeve professar essa verdade de fé sobre a divindade do Messias. Vários líderes e congregações tiveram seus pedidos de filiação rejeitados por não partilharem desta doutrina que consideramos fundamental no Judaísmo Nazareno. 


23 – OS ESCRITOS DOS NAZARENOS 

- O Judaísmo Messiânico também não possui uma posição bem definida quanto à origem dos manuscritos dos Escritos dos Nazarenos (isto é, o “Novo” Testamento). Alguns grupos crêem que os originais foram escritos em línguas semitas, isto é, em hebraico e/ou em aramaico, e consideram que isto é importante para entendermos a verdade das Escrituras. Outros grupos partilham desta crença, mas adotam os manuscritos gregos como sendo os mais próximos dos originais. Outros ainda, embora em menor número, crêem que o “Novo” Testamento foi escrito essencialmente em grego. 

- O Cristianismo tradicional, embora alguns grupos mais modernos discordem, crê que o “Novo”Testamento foi escrito fundamentalmente em grego. Alguns grupos crêem que houve umatradição oral em aramaico antes dos escritos se consolidarem em grego, mas a grande maioria mantém que a autoria foi em grego. 

- O Judaísmo Nazareno considera histórica, linguística e culturalmente impossível que o “Novo”Testamento tenha sido escrito em grego, visto que os escritores eram de origem semita. A crença na primazia hebraica e aramaica é vista como sendo fundamental para o esclarecimento de alguns pontos importantes da fé. Existem variações na opinião sobre quais sejam os manuscritos mais próximos dos originais, mas existe uma unanimidade na aceitação de que os originais tenham sido semitas. 

Natércia,Shalom! Não precisa me chamar de 'senhor', pois não estou acima de você. Só há um acima de nós: o Sagrado, Bendito seja Ele. Somos todos iguais. Com relação à diferença entre cristãos ou nazarenos, existem duas hipóteses: ou você está minimizando diferenças que nós consideramos vitais, ou então realmente suas crenças estão muito próximas das nossas. 

Primeiramente, devo dizer que jamais afirmei que "um cristão não pode ser do mesmo corpo que eu". Por favor não ponha palavras na minha boca. Cremos que muitos cristãos genuinamente buscam e procuram servir ao D-us de Israel, e têm a salvação.Muitos dentre estes são inclusive efraimitas. Porém, cremos que o povo vêm sendo enganado desde a fundação de Roma, através de teologias anti-semitas, anti-nomianas(contra a Lei de D-us), e até mesmo pagãs. A culpa é do povo, que busca sinceramenteadorar a D-us? É claro que não! Para com eles D-us agirá com misericórdia. Mas a mão de D-us pesará contra quem introduziu essas doutrinas estranhas no povo dEle, etambém contra aqueles (pastores, seminaristas, teólogos, etc.) que descobrem essa teia de enganos e nada fazem a respeito. O povo será salvo pela misericórdia de D-us, pois dizem as Escrituras: "Todo aquele que invocar o nome de YHWH será salvo". 

Isso inclui judeus zelosos, e cristãos. Isto posto, vamos às diferenças teológicas. Não vou aqui fazer apologia a elas, apenas citar algumas delas. Caso contrário o e-mail ficaria enorme. Você pode ver que argumentos temos para defender nossos pontos através dos artigos do grupo. 

Pequeno detalhe: estou tomando como base o Cristianismo tradicional. Existem, como vocêmesma afirmou, muitas vertentes do Cristianismo. Algumas mais próximas, outras mais distantes de nós. Espero que não se ofenda com o que vou te dizer. Procurarei ser o mais objetivo possível. Vamos lá: 

1 - Natureza de D-us 

Cristãos: Normalmente crêem que D-us é trino. 

Nazarenos: Crêem que D-us é um, e que a trindade é um modelo politeísta. 


2 - Lei e Graça 

Cristãos: Encaram ambos como opostos e crêem que antes imperava a Lei, e agoraestamos na Graça. A Lei de D-us é vista como um jugo. 

Nazarenos: Crêem que Lei e Graça não são opostos, mas complementares. Crêem queD-us sempre se relacionou com os homens pela Graça, e que a Lei de D-us é Eterna. ALei de D-us é vista como leve, agradável e um privilégio para nós. 


3 - Paulo 

Cristãos: Paulo falou contra a necessidade de observar a Lei de D-us, e alertou aos que querem observá-la para não caírem da graça. 

Nazarenos: Paulo falou contra a necessidade de observar as leis rabínicas, e alertou aos que dependem do legalismo rabínico para não caírem da graça. Paulo não falou contra aobservância da Lei de D-us, mas sim a favor dela. 


4 - A Nova Aliança 

Cristãos: Crêem que estamos vivendo a Nova Aliança e que portanto a "lei passou" 

Nazarenos: Crêem que Yeshua comprou a Nova Aliança, mas que a mesma ainda nãoestá em vigência. Vivemos a promessa da Nova Aliança, não a aliança em si. A aliança é comparável na Bíblia a um casamento. Estamos no noivado, e não nas bodas. 


5 - O Corpo do Messias 

Cristãos: Crêem que o Corpo do Messias é a Igreja Cristã. Essa Igreja seria compostamajoritariamente de crentes não-judeus, e de alguns judeus crentes em Yeshua. 

Nazarenos: Crêem que o Corpo do Messias sempre foi Israel, e é compostomajoritariamente por judeus e efraimitas. A maioria daqueles que verdadeiramente têm fé em Yeshua seriam efraimitas, descendentes das 10 tribos, restaurados conforme a promessa de D-us. Alguns outros seriam genuinamente gentios que se uniriam a Israel. 


6 - Israel 

Cristãos: Crêem que existe um Israel físico (judeus) e um Israel espiritual (cristãos). 

Nazarenos: Crêem que só existe um Israel, contendo naturais (judeus e efraimitas) eagregados. 


7 - Salvação 

Cristãos: Crêem que só os cristãos (isto é, quem crê em Cristo) serão salvos. Judeustradicionais quando morrem vão pro inferno. 

Nazarenos: Crêem que tanto cristãos quanto judeus tradicionais possuem errosdoutrinários. Porém, crêem que todo aquele que amar YHWH e invocar o seu nome serásalvo. Isso inclui nazarenos, messiânicos, cristãos e judeus tradicionais que possuam fé genuina em D-us. 


8 - Mandamentos 

Cristãos: Crêem que a maioria dos mandamentos foi abolida, restando apenas 12: os 9mandamentos (isto é, os 10 menos o Shabat), o amar ao próximo e a D-us, e omandamento dos dízimos. 

Nazarenos: Crêem que todos os mandamentos são eternos, e devemos observá-los omáximo que podemos. Alguns mandamentos não conseguimos cumprir (por não haver Templo), mas temos uma responsabilidade de fazermos o nosso melhor para cumprirmos os que conseguimos. 


9 - A Bíblia 

Cristãos: Crêem que existe um Novo e um Velho Testamento. O Novo seria aautoridade final para nossas vidas. O Velho é menos enfatizado. 

Nazarenos: Crêem que não existe Novo ou Velho Testamento, mas sim UMA Bíblia, igualmente inspirada. Crêem ainda que a revelação cronologicamente anterior serve de base para entendermos a posterior, e não o contrário. 


10 - Ótica Interpretativa 

Cristãos: Interpretam as Escrituras normalmente a partir de uma ótica do pensamento greco-romano 

Nazarenos: Interpretam as Escrituras através da ótica judaica, pois os escritores foram,em sua grande maioria, judeus. 


11 - Originais do NT 

Cristãos: Crêem que o NT foi escrito original e fundamentalmente em grego (emboraalguns creiam que partes possam ter sido escritas no aramaico) 

Nazarenos: Crêem que o NT foi escrito nas línguas semitas: hebraico e aramaico. Emalgumas passagens do NT, isto pode representar algumas diferenças importantes 


12 - Salvação pela Fé 

Cristãos: Normalmente enxergam a fé como sendo distinta das obras. A fé fica mais intelectualizada, e as obras seriam consequência da fé. Crêem que a salvação é só pelafé, e não por obras. 

Nazarenos: Concordam que a salvação é pela fé e não por obras. Porém, a fé no contexto judaico envolve confiança e atitude. Sem a atitude, a fé não existe (é morta). 


13 - Costumes Romanos 

Cristãos: O Cristianismo de um modo geral herdou uma série de costumes de Roma.Exemplos: Natal, páscoa, culto aos domingos, etc. Embora seja historicamente sabido que muitos destes costumes têm raízes no paganismo, os cristãos crêem que é maisimportante o sentido atual. 

Nazarenos: Crêem que o uso de costumes de origem pagã no serviço é abominação aosolhos do Eterno, e procuram se abster dessas práticas. 


14 – Arrebatamento 

Cristãos: Crêem que a Igreja Cristã será arrebatada no fim dos tempos. A maioria doscristãos da atualidade crê no pré-tribulacionismo, onde a Igreja Cristã é arrebatada,Israel que se lasque na tribulação, e depois Yeshua retorna em definitivo para salvar os judeus que ainda sobraram e que se converteram ao Cristianismo. 

Nazarenos: Crêem que o arrebatamento será após a tribulação, e que nada mais é do queo reajuntamento das tribos de Israel. Bom, essas são algumas das diferenças entre nazarenos e cristãos. Não sei se lembrei de todas neste momento, mas acho que já deu pra você ter uma idéia.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

O Ovo da Serpente no Seder de Pessach?

Por Sha'ul Bentsion - www.torahviva.org


 
Nossa história começa na Mesopotâmia, na antiga região de Bavel (Babilônia). Esse é o berço de uma deusa conhecida como a “Rainha dos Céus”. Ishtar era a deusa da fertilidade. Ishtar foi conhecida por diversos nomes, tais como Innana, Oestre, Asherah, e tendo inspirado outras deusas da mitologia de outros povos tais como Afrodite e Isis. A quantidade de culturas que a veneravam atesta para sua grande popularidade. O culto a Ishtar teve sua origem na região da Babilônia nos tempos primitivos, tendo sido adorada através de diversos templos e santuários nas regiões em torno do Tigre e do Eufrates. A popularidade de Ishtar se explica pelo fato de ser considerada a deusa da fertilidade, o que em sociedades agrárias representava muito.

A Mitologia de Ishtar

Na mitologia Babilônia, Ishtar teve muitos amantes, mas um em particular era pranteado por seu destino trágico: Tamuz (também conhecido como Dumuzi), o deus da colheita. Segundo os relatos encontrados nas tábuas sumérias e acadianas, tais como o texto “O Cortejo de Innana e Dumuzi”, Ishtar teria descido ao mundo dos mortos para tentar usurpar o trono de sua irmã- gêmea.
Para adentrar o local, precisou passar por 7 portões, deixando uma peça de roupa em cada. Ao chegar à sala do trono, estava completamente nua. Mesmo assim, assentou-se no trono. Sua arrogância teria despertado a ira dos demais deuses babilônios, que a teriam matado. Ishtar teria enviado Tamuz juntamente com seus próprios demônios para pedir ajuda a alguns deuses.
Porém, para ser livrada da morte, apontou Tamuz para morrer em seu lugar.
Desde que teria roubado as chamadas tábuas do destino, Ishtar tornou-se conhecida como a “Rainha dos Céus”. Desse título deriva o nome Innana, que J. Gelb em sua obra “The Name of the Goddess Innin” aponta como sendo derivado de “Nin Anna”, que significaria em acadiano “senhora do céu”.
Ishtar/Innana era também a filha de Sin, antigo deus-lua da região da mesopotâmia. Seu nascimento estaria associado à lua cheia, que igualmente simbolizava a fertilidade. Afinal, a lua cheia representava o momento da abundância lunar, e a lua tinha papel importante na agricultura. Por ser a deusa da fertilidade, era portanto celebrada especialmente na primeira lua cheia da primavera.

A Deusa-Meretriz
O culto a Ishtar continha em seu cerne atos de prostituição ritual. Pois, a partir da sua posição enquanto deusa da fertilidade, Ishtar também governava sobre o sexo, isto é, sobre a fertilidade humana. Ishtar/Innana, era portanto conhecida como “a meretriz”, embora o termo não fosse considerado pejorativo entre seus seguidores. Ao lado, a figura de um vaso de cerca de 4 mil anos, exposto no Louvre, ilustra o aspecto de meretriz através da grande ênfase no triângulo genital da imagem.
Um dos hinos a Ishtar/Innana, recuperados entre os manuscritos sumérios, o “Hino a Innana como Ninegala”, diz o seguinte:

“Quando os servos soltam os rebanhos, e quando o gado e as ovelhas retornam ao curral e ao aprisco, então, minha senhora, como os pobres sem nome, tu vestes uma única vestimenta. As pérolas de uma meretriz são colocadas em volta de teu pescoço, e é provável que captures um homem da taverna”.




O Ovo e o Nascimento de Ishtar

Um dos principais símbolos da adoração à deusa Ishtar está no uso litúrgico do ovo. O ovo era considerado na religião babilônia como sendo um símbolo de fertilidade.
A história mitológica do nascimento de Ishtar é o que a une ao uso litúrgico do ovo pode ainda ser encontrada na mitologia síria, na qual Ishtar era conhecida como Ashtarte. Um texto romano de cerca do século 2 ou 3 DC, erroneamente atribuído ao historiador Higino, narra o tema da seguinte forma:
“No rio Eufrates, um ovo de maravilhoso tamanho é dito ter caído, o qual foi rolado para a margem pelos peixes. Pombas se assentaram sobre ele e, quando se aqueceu, chocou Ashtarte, que foi posteriormente chamada de 'A Deusa Síria'. Uma vez que ela excedeu em justiça e retidão, por razão de um favor concedido por Zeus, os peixes foram contados com as estrelas, e por causa disso os sírios não comem peixe ou pombas, considerando que são deuses”.
A partir dessa história mitológica, o ovo tornou- se um dos símbolos da deusa Ishtar, passando a ser usado de forma litúrgica em sua adoração. Além de fazerm parte de refeições litúrgicas, os ovos eram decorados com motivos religiosos e arte abstrata, sendo usados como enfeites decorativos. Até hoje, a Pérsia e o Irã retêm o costume de pintar ovos como comemoração ao “Norouz”, que é o ano novo do Zoroastrismo. Ao lado, um exemplo dessa tradição:
Onde quer que houvesse influência do culto a Ishtar, o ovo estava presente como parte da comemoração de festas da primavera. O ovo sobre as águas também passou a figurar como uma alegoria mitológica à própria criação do mundo. Ao lado, um exemplo na cultura egípcia do “ovo mundano”. O ovo é reverenciado sobre a Ankh, símbolo que representa a união entre Isis e Osíris.
Abaixo, duas imagens clássicas, do livro “Mythology” vol. 3 de Bryant, mostram à esquerda o Ovo de Heliópolis, a cidade egípcia do deus-sol. Esse ovo tem sobre si a figura do crescente visível, associado à adoração do deus-lua Sin, pai de Ishtar/Innana. À direita, o Ovo de Tifon, da mitologia grega – que ilustra sua associação com Afrodite, a contraparte grega de Ishtar. 


Israel e Ishtar nos Tempos Antigos
Considerando que o culto à deusa Ishtar é bastante primitivo e difundido, a relação entre Israel e Ishtar começou bastante cedo. Sobre isso, a Enciclopédia Judaica afirma:
“Astarte é o nome fenício de uma deusa-mãe semita primitiva, da qual as mais importantes divindades semitas se desenvolveram. Ela era conhecida na Arábia como “Athtar”, e na Babilônia como “Ishtar”. Seu nome aparece no Antigo Testamento (Melachim Alef/1 Reis 11:5; Melachim Beit/2 Reis 23:13) como “Ashtoret”, uma distorção de “Ashtart”, feita a partir da analogia de “Boshet” (compare com Jastrow, em “Jour. Bibl. Lit.” 13:28, nota). Shlomo (Salomão) teria erguido um lugar alto para ela próximo a Yerushalayim (Jerusalém), o qual teria sido removido durante a reforma de Yoshiyahu/Josias (Melachim Alef/1 Reis 11:5,33; Melachim Beit/2 Reis 23:12). Astarte é chamada nessas passagens de “a abominação dos sidônios” porque, como as inscrições de Tabnith e Eshmunazer mostram, ela era a principal divindade daquela cidade (vide Hoffmann, “Phönizische Inschriften,” 57, e “C. I. S.” No. 3). Em países fenícios, ela era a contraparte feminina de Ba'al, e certamente foi adorada com ele pelos hebreus, os quais em alguns momentos se tornaram seus devotos. Isto é provado pelo fato de que Ba'alim e Ashtarot são usados diversas vezes (Shoftim/Juízes 10:6; Sh'muel Alef/1 Samuel 7:4 e 12:10)..”.
De fato, isso aparece bem cedo nas Escrituras:
“Tornaram os filhos de Israel a fazer o que era mau perante YHWH e serviram aos ba’alim, e a Ashtoret, e aos deuses da Síria, e aos de Sidom, de Moabe, dos filhos de Amom e dos filisteus; deixaram YHWH e não o serviram.” (Shoftim/Juízes 10:6)
Podemos perceber, portanto, desde cedo que os israelitas começaram a seguir a Ishtar, e que isso foi considerado abominação por Elohim. Até mesmo Shlomo (Salomão) caiu em tal pecado:
“Shlomo seguiu a Ashtoret, deusa dos sidônios, e a Milcom, abominação dos amonitas.” (Melachim Alef/1 Reis 11:5)
Todavia, após a reforma realizada por Yoshiyahu (Josias), conforme a própria Enciclopédia Judaica afirma, o povo voltou para as práticas bíblicas, para a fé em Elohim, e deixou a abominação de lado, pelo menos temporariamente:
“O rei profanou também os altos que estavam defronte de Yerushalayim, à mão direita do monte da Destruição, os quais edificara Shlomo, rei de Israel, para Ashtoret, abominação dos sidônios, e para Quemos, abominação dos moabitas, e para Milcom, abominação dos filhos de Amom.” (Melachim Beit/2 Reis 23:12)
 Porém, o povo de Yehudá (Judá) voltaria a adorar Ishtar após o seu retorno do exílio de Bavel (Babilônia). Essa adoração foi novamente denunciada, dessa vez pelos nevi’im (profetas), conforme a Enciclopédia Judaica afirma:
“Yirmiyahu/Jeremias (7:18; 44:17,18) e Yehezkel/Ezequiel (8:14) atestam para várias formas dessa adoração [a Ishtar] em seu tempo, a qual pode se referir a uma importação direta da Babilônia. O uso sacrificial de sangue de porco (Isa. 65:4 e 66:3) podem ser uma referência a esse tipo de culto similar ao que é conhecido no Chipre, onde porcos eram sacrificados a Astarte (“Jour. Bibl. Lit.” 10:74 e “Hebraica,” 10:45,47)”
De fato, Yirmiyahu (Jeremias) denuncia a prática, ao afirmar:
“Acaso, não vês tu o que andam fazendo nas cidades de Yehudá e nas ruas de Yerushalayim? Os filhos apanham a lenha, os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha, para se fazerem bolos à Rainha dos Céus; e oferecem libações a outros deuses, para me provocarem à ira.” (Yirmiyahu/Jeremias 7:18)
Yehezkel cita ainda a prática de adoração ao consorte de Ishtar, Tamuz:
“Levou-me à entrada da porta da Casa de YHWH, que está no lado norte, e eis que estavam ali mulheres assentadas chorando a Tamuz.” (Yehezkel/Ezequiel 8:14)


O Retorno às Práticas Babilônias
Algum tempo depois do exílio, algumas seitas judaicas, por razões de perseguição religiosa e tentativa de domínio sobre a vida eclesiástica do povo de Israel, passaram a seguir o calendário babilônio que, à época, fora popularizado pelos siro- fenícios como um calendário internacional.
Á época, eram muito raros os calendários inteiramente civis, o que significava que os calendários estavam profundamente associados às práticas religiosas. E o calendário babilônio não era diferente. Assim como costumes associados ao ano-novo babilônio, conhecido como festival do de Akitu, foram incorporados pelo Judaísmo, o mesmo ocorreu com alguns costumes da festa da fertilidade de Ishtar. Um deles, pode- se dizer, a celebração do Pessach associada à lua cheia.
Para maiores informações sobre a controvérsia calêndrica em Israel, bem como sobre a adoção do calendário babilônio por parte de alguns segmentos do Judaísmo, vide nossa série de estudos sobre o calendário.



Ishtar à mesa de Elohim
Outra influência que pode ser observada no Judaísmo Ortodoxo é a presença do ovo de Ishtar no Seder (“jantar”, na realidade “serviço” ou “ordem”) de Pessach!  A figura abaixo mostra um tradicional prato de Pesach (a “Páscoa” judaica) contendo os elementos que são usados no ritual litúrgico:
Podemos observar os seguintes elementos:
Ervas amargas, conforme indicado em Shemot (Êxodo) 12:8
Vegetais, simbolizando as primícias da época da primavera, que remontam a Vayicrá (Levítico) 23:10
O osso chamuscado do cordeiro – embora para muitos seguidores de Yeshua esse rito não seja realizado, podemos ainda dizer que tem relação com o Corban Pessach (sacrifício de Pessach), que era um cordeiro.
O ovo da deusa Ishtar! Será coincidência a presença de um ovo, que não tem absolutamente nada a ver com a narrativa bíblica da saída de Mitsrayim (Egito) mas que tem tudo a ver com a festa da fertilidade de primavera da deusa Ishtar, estar presente numa festa cuja época se encaixa com tal festa pagã?
 As explicações para a presença desse verdadeiro ovo de serpente no seder judaico são as mais variadas. Explicações extraoficiais tais como “a sorte gira” ou “o ovo simboliza a vida” (faltou ressaltar que simboliza a vida em culturas pagãs), são dadas das formas mais variadas e inusitadas.
Mas fato é que esse embaraço permanece contaminando as mesas judaicas até os dias de hoje, e ninguém sabe explicar como lá apareceu.
A explicação “oficial” do Judaísmo é dada por Shaina B. Lipskier, que afirma o seguinte:
“Os dois simbolismos do ovo não devem ser confundidos: Ele é 'exibido' no prato do Seder para comemorar a oferta de chaguigá [oferta festiva]. Ele é “comido” antes da refeição como sinal de pranto”.
Ora, a oferta a que Shaina B. Lipskier se refere seria supostamente uma oferta “adicional” oferecida juntamente com o Corban Pessach (sacrifício de Pessach), que era comida como “entrada” para o corban pessach. Só existe um pequeno detalhe: A Torá jamais menciona tal oferta.
E, ainda assim, seria estranho imaginar que um ovo (mesmo cozido ou assado) faria alusão a uma oferta queimada. E mais estranho ainda que o ovo simbolizasse o luto.
Na realidade, a oferta adicional existe, e o luto também. A oferta é feita à deusa Ishtar, e o luto é todo de Elohim, que mais uma vez vê o seu povo absorver costumes de Bavel (Babilônia), contrariando a Sua Torá, que afirma:
“E não andeis nos costumes das nações que eu expulso de diante de vós, porque fizeram todas estas coisas; portanto fui enfadado deles.” (Vayicrá/Levítico 20:23)
Yeshua advertiu os líderes do povo ao dizer:
“Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homem.” (Matitiyahu/Mateus 15:9)


Conclusão
Devemos tomar muito cuidado com a idolatria a tudo o que é judaico. Nem tudo o que reluz é ouro, como diz o ditado popular. Elohim nos chamou e nos determinou especificamente que deixássemos o sistema religioso de Bavel (Babilônia). Todavia, existe ainda muito pouco cuidado por parte dos israelitas no que diz respeito à pesquisa das origens do que está por detrás das práticas do Judaísmo Rabínico.
Muitas práticas pagãs, babilônias e de outras religiões, foram incorporadas ao longo dos séculos, e é preciso analisá-las à luz da Bíblia.  Ao participar do Pessach, não o façamos de forma leviana, mas sim entendendo que temos a responsabilidade de nos atermos à pureza da fé bíblica. Assim como Sha’ul (Paulo) nos afirma que Belial não tem parte com a Casa de Elohim, da mesma forma o ovo da serpente, um dos ícones da deusa-meretriz, não deve ter parte da mesa de Elohim.
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